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O desamparo tem relação direta com o quase epidêmico transtorno do pânico, tão conhecido na contemporaneidade. Este é um argumento para boa parte dos psicanalistas, dentre eles Lucianne Sant`Anna. Leia abaixo sua entrevista na íntegra sobre o tema:


Mente e Cérebro: Da perspectiva analítica, qual a origem do pânico? Por que a “síndrome do pânico” pode ser considerada uma psicopatologia contemporânea?


Lucianne Sant’Anna: São duas perguntas interessantes que englobam determinados aspectos ou problemas que exigem alguns esclarecimentos prévios. O primeiro deles, diz respeito a esta modalidade de sofrimento psíquico conhecida como “pânico”. Veja, você mesma disse “pânico” e “síndrome do pânico”. “Síndrome do Pânico”, ou melhor, “Transtorno do Pânico” é uma categoria nosográfica descrita pela psiquiatria contemporânea no ‘Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais’, que está na sua quinta edição, o DSM-V, como também está referida no ‘Código Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde’, na sua décima edição, o CID-10, uma publicação da Organização Mundial de Saúde. Então, “Transtorno do Pânico” corresponde a uma classificação fundada em bases operacionais e pragmáticas que norteiam uma perspectiva, digamos assim, objetiva da psicopatologia. Aqui, tocamos em outro problema: o que é psicopatologia? Refere-se ao estudo das doenças mentais? É um discurso a respeito do sofrimento psíquico?


Enfim, o que estou querendo mostrar é que o tema ‘psicopatologia’ é complexo, que não consiste, simplesmente, em descrever e classificar sintomas e quadros clínicos, mas é uma noção que deve ser problematizada, seja na medicina, seja na psicanálise. ‘Psicopatologia psiquiátrica’ e ‘psicopatologia psicanalítica’ se referem, portanto, a campos epistemológicos distintos, o que implica em abordagens teórico-metodológicas diferentes no tratamento do quadro psicopatológico do pânico, e que podem se articular. Nesse sentido, a opção pelo termo “pânico” tem o teor de suplência e não de oposição ao biológico e marca a pertinência a um campo clínico e discursivo próprios, além do rompimento com um discurso ideológico que desimplica o sujeito em relação a seu sofrimento. Quero deixar bem claro que não estou fazendo uma crítica a psiquiatria, mas a ‘uma vertente da psiquiatria contemporânea’ biologizante, que reduz o problema psicopatológico a um neurotransmissor que age no controle das emoções como a serotonina. É inegável o benefício dos medicamentos na vida destes pacientes, na medida em que aliviam os sintomas que são terríficos, desesperadores e por vezes incapacitantes, por exemplo, por conta de tanto medo a pessoa não consegue sair de casa para trabalhar; mas é fundamental que o paciente não deposite apenas no remédio a reorganização de sua vida e que se coloque em questão ao que acontece com ele.


Esclarecidos estes aspectos, desde uma perspectiva psicanalítica, o pânico corresponde a um afeto extremo de angústia despertado pelo confronto súbito do sujeito com seu desamparo. Nós somos seres desamparados. Não há garantias absolutas de nada na vida. Podemos morrer a qualquer momento, mas nem por isso deixamos de andar a vida, de viver o cotidiano, incorporando os riscos em jogo neste movimento do viver. Para certas pessoas esta condição de desamparo insuperável, fica enuviada pela ilusão de um ideal protetor onipotente, que garante a estabilidade do mundo, do mundo psíquico, organizado longe das incertezas, da falta de garantias e de indefinições, longe da angústia!


A condição de que, sem os cuidados de um outro, o bebê humano, imaturo e indefeso, não pode sobreviver, primeiramente, do ponto de vista biológico, faz Freud conceber a posição fundamental do desamparo na constituição psíquica. O bebê precisa de alguém para satisfazer suas necessidades, por exemplo, a fome, o que revela sua impotência na extinção da tensão interna e isto, para Freud, caracteriza o ser humano como dependente do amor do outro. Deste modo, o crescimento de uma tensão com a qual a criança não consegue lidar sozinha, corresponde a um acúmulo de excitação que ultrapassa o valor limite do seu aparelho psíquico, e é vivido então, como sensação de desprazer. Este é o traço comum entre a situação de perigo do nascimento e as situações de perigo posteriores a ela, sejam reais ou imaginárias. Para o adulto, o desamparo é o modelo da situação traumática que gera angústia. Ser tomado pelo pânico atesta que a pessoa não conseguiu subjetivar a condição de desamparo. Esta é a motivação básica do pânico, sob um ponto de vista psicanalítico: a perda do ideal protetor ou o medo da perda do amor. Freud falou do pânico em um texto que se chama “Psicologia das massas e análise do eu”, de 1921.


Quanto às psicopatologias contemporâneas, correspondem a certas formas de sofrimento psíquico que podem ser consideradas como expressões dos modos de subjetivação promovidos pela sociedade atual. Há um estilo de sociedade em pauta que gera condições e possibilidades para produção de determinadas psicopatologias como típicas de sua época. Isso não quer dizer, necessariamente, que são psicopatologias inéditas, mas são formas de padecimento que integram e expressam, na sua sintomatologia, redes de significações entrelaçadas ao redor dos ideais predominantes na contemporaneidade: a exaltação sem medida de si mesmo, do eu, e da existência como imagem estética. Há uma ênfase no “exterior” em detrimento do “interior”: o que interessa é o brilho, a cena, o espetáculo, o sucesso a qualquer preço, a imediatez, a captação narcísica do outro. Quando a alteridade vai cedendo lugar para o narcisismo, vão se configurando modos hegemônicos de produção de subjetividade. Não há lugar para diferenças. As subjetividades contemporâneas caracterizam-se pelo apagamento da alteridade, em que a tendência é uma redução do homem à dimensão da imagem. Nesse sentido, o pânico expressa o fracasso do sujeito em atender às exigências dos ideais e valores que a sociedade atual prega. Por isso, o pânico ganha espaço progressivo na cena social. Sob este ponto de vista, portanto, existiria um processo de produção social do pânico.


MeC: Como a psicanálise pode ajudar no tratamento de sintomas atribuídos ao transtorno do pânico?


LS: Levar o paciente a se implicar no seu sofrimento, a se questionar sobre o que acontece com ele, a falar, a procurar dar sentido, a partir da sua história, ao que parece não ter sentido: os ataques súbitos de pânico. No tratamento psicanalítico procura-se criar com o paciente condições para que ele possa subjetivar a condição de desamparo. Até a eclosão da primeira crise de pânico, a questão do desamparo não se colocara de fato para o paciente. Como disse anteriormente, a condição de desamparo estava enuviada pela ilusão de um ideal protetor onipotente, que garantia a estabilidade do mundo organizado longe das incertezas e da falta de garantias da vida.


Há muitos anos cuidei de uma paciente que teve sua primeira crise quando estudava fora de casa, época em que ficou noiva. Ao me contar esta história lembrou-se que um pouco antes da mudança descobrira que seu pai tivera uma amante quando ela era criança pequena e que ninguém na família sabia disso. Foi uma surpresa para todos que o pai não era aquela pessoa exemplar que pensavam, idealizada. Este fato do pai ter tido uma amante foi o início do desmoronamento de seu mundo protegido e que a dispensava de elaborar subjetivamente a ausência de um pai protetor absoluto. Tal fato vai culminar na sua primeira crise em relação a seu futuro marido e ao casamento. A descoberta de que o pai não era quem ela pensava, que ele não era o todo protetor que garantia a estabilidade da família, lugar onde ela sempre buscava proteção, representa o encontro terrífico com o desamparo, com a total falta de garantias de ser e existir no mundo, com as incertezas da vida. Ao ficar noiva ela também poderia ser traída ou abandonada pelo homem protetor que disse que a amava e que para ela era a garantia de sua estabilidade, assim como foi com o pai. Desse modo ela pôde começar a dar sentido aquilo que parecia não ter sentido e aos poucos se deparar com seu desamparo como uma condição humana e não unicamente como uma situação concreta e terrífica.


É comum em quem sofre de pânico, um apego dependente e concreto a alguém ou a alguma situação estável. Por exemplo, o paciente necessita de uma pessoa que o acompanhe aos lugares que precisa ir. Ele sabe, tem consciência de que não vai mudar nada, mas necessita desta presença concreta que cumpre o papel de um objeto fiador de sua existência (ideal protetor), garantindo a estabilidade de seu mundo. É uma compensação para a incapacidade de lidar com a falta e, ilusoriamente, o livra do confronto com o desamparo. O apego ao remédio tem significado semelhante.


MeC: Como podemos relacionar o que Freud denominou “mal-estar da civilização” às consideradas psicopatologias da atualidade, como a “síndrome do pânico”?


LS: O que Freud denominou de mal-estar na civilização relaciona-se ao mal-estar na modernidade. A civilização é o caminho necessário para o desenvolvimento que vai da família à humanidade como um todo. Retomo o que disse no início sobre o pânico como efeito de um processo de produção social. Foi esta ideia que defendi no estudo que realizei, ou seja, de que o pânico, na atualidade, seria expressão de um modo que o sujeito encontrou de se organizar na sociedade contemporânea, respondendo aos subsídios que a organização social atual oferece para que ele se sustente para além da cena familiar. Para Freud, o desamparo seria o que instaura o mal-estar, nas relações entre os seres humanos. É o motor na construção da civilização. O homem ergueu a civilização numa tentativa de diminuir seu desamparo diante das forças da natureza, dos enigmas da vida e sobretudo da própria morte. O desamparo no campo social diz respeito à falta de garantias do sujeito no mundo, que é obrigado a uma renúncia pulsional como condição de viver em sociedade e em consequência da satisfação pulsional frustrada, experimenta um desconforto que é sentido como um mal-estar. A condição de existência do sujeito no mundo, na civilização, é apoiada numa condição de desamparo do psiquismo. A mensagem freudiana é que para viver, as pessoas criam possibilidades afetivas no enfrentamento desta condição fundamental e o pânico seria uma dessas possibilidades, seria uma das expressões do mal-estar na atualidade que marca a relação do sujeito com a cultura. A modernidade não promoveu a superação do mal-estar, resultado do excesso de ordem e da escassez de liberdade; ao contrário, na sua máxima radicalização, o que fez foi “re-configurar” o mal-estar. O mal-estar contemporâneo é efeito da desregulamentação e do excesso de liberdade individual, é fruto do excesso pulsional e da fragilidade de simbolização. Nesse sentido, tem uma marca essencialmente traumática, o que aponta para a vulnerabilidade psíquica do homem contemporâneo, assim como destaca o pânico entre os modos atuais de sofrimento humano.


MeC: Como o mundo atual (marcado, por exemplo, pela percepção de violência e falta de segurança nos grandes centros urbanos) contribui para a produção social do pânico?


LS: Pensemos a partir da ideia das psicopatologias contemporâneas, em que as formas de sofrimento psíquico manifestadas pelos sujeitos são indissociáveis das transformações que remodelam o campo social. As condições atuais do mal-estar na civilização dizem respeito ao vazio existencial produzido pela destruição da narrativa, ou seja, na atualidade predominam as modalidades de sociabilidade em que a subjetividade articulada à historicidade humana não é mais valorizada e, consequentemente, as mediações simbólicas e regulações narcísicas vão desaparecendo. O movimento da historicidade humana se constrói num eixo temporal a partir do presente, avaliando o passado e projetando-se no futuro. É essa “narrativa”, esse “enredo” dominante, por meio do qual somos inseridos na história, que parece estar em ruínas. O universo simbólico para onde o sujeito se remetia não lhe serve mais de suporte. Nesse sentido, o sujeito contemporâneo está à mercê da solidão e do vazio. No cume desse quadro, o desamparo do sujeito tornou-se agudo, assumindo formas radicais como o pânico, por exemplo, que irrompe quando o sujeito se depara com o abismo terrífico da experiência do vazio. O atual cenário em que nos inserimos é colorido, muitas vezes de choque e pavor, de cenas de brutalidade, destruição e violência que provocam indignação, desilusão e impotência em todos aqueles que se posicionam contra a injustiça, contra a degradação e a depredação do ser humano. O pânico nos traz a seguinte questão: como tornar tolerável a experiência do desamparo num mundo desamparado?

Quem observa o mundo corporativo a média distância, com alguma ciência da complexidade representada por assuntos como motivação, emoção ou liderança, percebe um grande descompasso. A exigência de controle, verificabilidade e “compliance” dos processos não é compatível com o universo errático dos palestrantes, dos livros de gerência miraculosa ou com os discursos “neuroeconômicos” sobre o capital humano. Ao mesmo tempo é preciso um discurso e uma linguagem que tornem o consumo, a realização, a expressão e a invenção de nossas fantasias. Decisões sobre campanhas de marketing e suas escolhas discursivas são tomadas em meio a palpites sustentados pela arrogância personalista dos envolvidos. É neste cenário que os livros de Isleide Fontanelle, Cultura do consumo (FGV, 2017), e Sintoma e fantasia no capitalismo comunicacional, de Luiz Aidar (Estação das Letras e Cores, 2017), surgem como um oásis de sobriedade. Uma caravana de lucidez atravessando o deserto das opiniões. A relação econômica entre produção, a estilística identitária do consumo e os prazeres emocionais nele envolvidos são analisados de forma convergente. No primeiro caso se reconstitui um debate que remonta ao nascimento do liberalismo com Adam Smith e sua noção de interesse, retirada de Mandeville, este, médico e filósofo do século 17, que escrevia como a supressão de nossos desejos pode nos fazer adoecer. As disciplinas do consumo dividem-se, desde a origem, entre o marketing e a psicologia comportamental de um lado e as relações públicas e a psicanálise do outro. O papel de Edward Bernays, sobrinho de Freud, na criação do negócio da propaganda nos Estados Unidos do pós-guerra é recuperado, com o intrigante caso sobre como as mulheres são levadas a fumar como um “ato de libertação”. Também não se deixará de lado que John Watson, criador do behaviorismo e mentor de Skinner, deixou suas atividades acadêmicas para integrar o mundo da publicidade.


A emergência e consolidação da cultura do consumo (1945-1990), bem como suas formas contemporâneas marcadas pelo consumo de experiências, pelo prossumo (fusão do produtor com o consumidor), pelo consumo consciente, responsável, verde, sustentável, ético ou ativista, não pode ser compreendida sem o entendimento do capitalismo em sua forma imaterial, baseado na força da marca, na cultura estruturada como entretenimento, no branding e no papel identitário e expressivo do consumo, particularmente, com a vida digital.


Escritos de forma envolvente e convincente, os dois livros têm um mérito adicional para o leitor brasileiro, pois concorrem para profissionalizar a discussão sobre o consumo e os meios de comunicação, mostrando como muito além da prática há um conjunto de problemas mais ou menos recorrentes nesta matéria, para a qual economia e sociologia ou antropologia e psicologia não podem ser dispensadas. A passagem de uma sociedade da produção para uma cultura do consumo inverterá o papel do Supereu, de interditor para o de instância que nos obriga a gozar, nos levando assim à obrigação de felicidade. Como um carro que acelera e freia, como uma educação que teme o consumismo assim com a exclusão do mercado, que detesta logomarcas até transformar o próprio eu em uma delas, que quer a liberdade do consumo sem pagar por isso, sem incorporar sua substância perigosa. Assim, o circuito do consumo é, necessariamente, ambíguo, paradoxal e cínico. Sua estrutura precisa ser a da fantasia para nos fazer acreditar, mas não muito.

A pressa e a aceleração da vida são queixas para psicanalistas e psiquiatras desde que George Beard escreveu sobre o nervosismo americano em 1881, associando-o com o afã da época por novidades como luz elétrica, motor a vapor e relógio de pulso. A isso se somaram novas pressões. Se a vida fosse mais simples e nossos sonhos, mais humildes, não haveria turbilhão, termo que nos leva ao avião e suas turbinas. Medos, desejos e expectativas nos pressionam, por dentro e por fora, somente porque nos acreditamos tão livres e responsáveis pela realização de nossa felicidade que podemos livremente nos aprisionar a ela.


O ritmo acelerado ou lento da passagem da vida depende da relação entre a percepção de mudança e a mudança de percepção. Às vezes, parece que estamos parados no “carro da vida” e que é a paisagem que se move. Outras, estamos nos movendo tão rápido que não percebemos a paisagem mudar – crianças para as quais o tempo não passa, ou adultos tão ocupados que nem se dão conta de que o ano passou, ou, pior, de que a vida passou. Cumprir metas – obsessão de tantos – nem sempre é relevante diante de nossos sonhos e desejos, aqueles que tínhamos quando crianças. Vidas em estado permanente de “falta de tempo” produzem sentimento de extravio de si, esvaziamento e solidão. Contudo, vidas programadas, dietéticas e que cabem em seu próprio tempo vêm junto com falta de intensidade, tédio e sentimento de irrelevância.


Freud descreveu duas atitudes opostas diante das exigências da vida: a fuga para a fantasia, baseada no recolhimento e no devaneio, e a fuga para a realidade, baseada no controle, no planejamento. Há várias figuras – o mal-estar, a angústia, a morte, o conflito, a solidão a dois – dessa condição existencial da qual fugimos, mas sem a qual a qualidade de nossa experiência parece decair, perdendo espessura e intensidade, nos levando a uma vida em estado de adormecimento. O sintoma transversal do cansaço, unido ao inquestionado ideal de adequação, cria uma vida que oscila entre a pressão e a descompressão, entre o frenesi do último job e a lobotomia anestésica da sexta-feira etílica.


Essa sanfona psicológica nos expõe a certos modos típicos de adoecimento do corpo: exaustão permanente, quadros difusos, psoríase e tenossinovites, doping farmacológico. São os chamados sintomas psíquicos de origem sistêmica, respostas a formas de vida nas quais o sofrimento se entranha de tal maneira que não mais requer boas narrativas, nem modulações da agressividade ou qualquer hesitação diante da ansiedade que nos protege da verdadeira angústia. Essa forma padrão de sofrimento parece ter sido o melhor resultado que pudemos inventar diante de nossa equação entre o corpo, o mundo e as imperfeitas leis. Contra ela não há soluções em bloco, como mudar de país ou de profissão. Há apenas a solução que mitiga seus efeitos mais deletérios: reduzir drasticamente o peso da angústia neurótica, um excesso de bagagem extremamente caro.


Há ainda as microssoluções, como o uso impiedoso do corte, do parêntesis, das reticências e de todas as demais formas de descontinuação e abertura contra o que torna nosso cotidiano uma linha reta que quanto mais a gente mexe mais se enovela – se é que já não perdemos o fio da meada.

Contra esse monstro gigante, essa hidra de sete cabeças, devoradora de corpos e almas, não há remédio unicista: nem psicanálise nem psiquiatria, nem tai chi com massagem ayurvédica, nem surf meditativo combinado com design thinking e alimentação transcendental. Se não tomar cuidado, tudo que a gente inventa como antídoto é engolido, transformado e devolvido como mandamento para “seguir no fluxo”.

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